sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Zero + Maria Cornejo: Chile em Nova York

Gosto muito das marcas que não pertencem a grandes conglomerados, que brigam pelo desejo do consumidor que gosta de design autoral, bom corte, preço justo. A Zero + Maria Cornejo, da estilista chilena Maria Cornejo, sempre me agradou. E nessa coleção, que ela acaba de lançar em Nova York, me encantei com as cores, a informalidade das peças e o conforto que elas aparentam mostrar.    

A proposta segue a tendência normcore (vestir-se de maneira natural de modo a não se destacar na multidão), e traz casacos com leve inspiração japonesa, calças retas com canelas ajustadas e casacos sem gola, ou gola Mao, que deixam qualquer mulher muito elegante, pelas linhas simples e retas. Eu adorei. 

Confira. 











terça-feira, 21 de outubro de 2014

O luxo acessível de Dimitri Mussard

Anéis da marca Rita&Zia, em breve à venda no Brasil, garimpadas por Dimitri Mussard na Suíça
 Inspiração punk na coleção Chaos, trabalhada em ródio, prata e ouro pela designer Sandrine Barabinot

O empresário Dimitri Mussard

Quando ele desembarcou no Brasil, em meados de 2010, Dimitri Mussard queria abrir um site de moda, música, viagem e design. Mal poderia imaginar que, apenas quatro anos depois, seria proprietário da Acaju do Brasil, escritório de representação de marcas de luxo acessível, como ele mesmo batizou.

"Aprendi nesse tempo que minha curadoria pessoal para a escolha das marcas que virão para cá (participo de feiras na Europa para garimpar marcas) precisa de uma visão extremamente apurada e com expertise do negócio da moda no país para poder decidir por trazer uma grife", diz o jovem empresário, que representa  nove marcas, entre elas, Thierry Lasry, Pantone, The Wallart, Le Specs e Karen Walker. A novidade são as semijoias suíças Rita&Zia, que chegam ao Brasil este mês. 

Para explicar como o Brasil o conquistou como uma terra de oportunidades - e também do comportamento das consumidoras brasileiras, Mussard conversou com o blog.



Dimitri, quando exatamente você decidiu lançar a sua agência Acaju do Brasil? Qual foi a primeira marca que trouxe para o país e poderia fazer um balanço do seu negócio - o que deu certo e o que deu errado?


Eu cheguei no Brasil em meados de 2010 com uma ideia, em princípio, de criar um site focado em moda, música, viagem e design. Na procura por possíveis patrocinadores para este site, percebi que havia uma oportunidade de negócios, pois para apoiar minha iniciativa as grifes precisavam de um distribuidor por aqui. Daí, decidi montar o escritório. Eu também percebi que o Brasil tinha um espaço enorme para marcas legais, que não são óbvias e não estão em qualquer shopping de luxo. A Acaju surgiu portanto para oferecer ao mercado brasileiro a possibilidade de comprar marcas importadas aos mesmos preços das nacionais.


A primeira marca que veio comigo foi a Weill, uma das mais tradicionais Maison de moda da França e em seguida a Les Petits Joueurs, da minha namorada Mariasole Cecchi. Até agora temos um negócio de sucesso, pois conseguimos anualmente trazer para o Brasil marcas diferenciadas com conceitos e estilos muito próximos do que o Brasil considera “luxo acessível”. 

Aprendi nesse tempo que minha curadoria pessoal para a escolha das marcas que virão para cá (participo de feiras na Europa para garimpar marcas) precisa de uma visão extremamente apurada e com expertise do negócio da moda no país para poder decidir por trazer uma grife. É nessa hora que minha equipe comercial entra em ação, avaliando minunciosamente os prós e os contras de se trazer esta ou aquela grife para cá.

 

O que exatamente o atrai no mercado brasileiro?


Quando eu cheguei ao Brasil percebi que o mercado brasileiro não tinha muitas opções. Tinha as marcas internacionais, muito caras, ou as marcas nacionais. Queríamos dar outras opções de consumo para o brasileiro e falar: “Você pode comprar uma marca extremamente luxuosa pagando muito caro, mas você também pode optar por uma marca com a mesma matéria-prima e tecido, feito nas mesmas fábricas, em que não vai pagar pelo label (etiqueta), só vai pagar pela qualidade, design e acabamento. Nossas marcas não têm logotipo, então você vai reconhecer uma peça Thierry Lasry, por exemplo (a marca de óculos), porque eles usam materiais e formatos diferentes.

Poderia fazer uma avaliação da consumidora brasileira? No que ela é diferente da européia e da americana? 


A consumidora Brasileira dá atenção especial ao serviço e ela está super certa! É inadmissível ir comprar uma bolsa de 5.000 euros e não ser bem tratado, não receber um café, uma água... Muitas marcas de luxo deveriam mandar os vendedores no Brasil para uma aula de atendimento ao cliente. Mas de maneira geral a consumidora brasileira gosta do que ela já viu na imprensa ou nas celebridades, já a europeia gosta mais de comprar coisas que ninguém tem. A americana nesse sentido é para mim a mais obvia do mundo, dependendo da onde você for nos EUA, parece que todo mundo se veste igual!



Você declarou que o produto brasileiro é caro. A que atribui esse custo alto? E as peças que você representa, qual o preço médio?

Sim, declarei e considero uma verdade. No Brasil, para a marcas importadas somam-se ao valor bruto delas 100% de impostos que todo importador é obrigado a pagar. E na indústria nacional – moda e setor têxtil – também há impostos, não tem mão de obra qualificada em abundância e pouco incentivo fiscal e de profissionalização do segmento. Isso se reverbera no preço das peças vendidas em território nacional. O preço médio das marcas de moda que represento, como a Suit, varia de R$ 800 a R$ 2 mil. Nos acessórios e calçados, por exemplo, vão de R$ 300 a R$ 4 mil.

Quais são as marcas que você representa? Fale um pouco das recém incorporadas ao portfólio. E onde se podem comprar as peças?

Atualmente a Acaju do Brasil representa nove marcas. As mais antigas do portfólio são: Les Petits Joueurs, Twins For Peace, Suit, Thierry Lasry , Pantone (cases para iPad, iPod e linha beachwear) e The Wallart (carteiras super cool feitas em papel). Das mais novas, chegam Le Specs e Karen Walker grifes de óculos de sol, com muito reconhecimento e apelo internacional, tanto por fashionistas quanto por celebridades que usam peças da marca , Rita&Zia como uma grife de semijoias suíça que desembarca no Brasil ainda este mês. As peças das grifes que represento estão vendidas em multimarcas por todo o país e em e-commerce como Gallerist, The Wish List, e em lojas como Lool, por exemplo que tem dentro de shoppings de luxo como Iguatemi e JK.

O que o atrai no Brasil como ambiente de negócio e como lugar para viver? 


Me atrai o desafio, pois temos que convencer as multimarcas a vender a marca. Muitas vezes as compradoras têm medo porque é novo, porque elas não sabem se vai chegar a tempo, porque é difícil importar no Brasil… então tem um trabalho educacional triplo: convencer as marcas europeias a virem para o Brasil, convencer as multimarcas a apostar no nosso produto e ainda seduzir os clientes finais por meio de estratégias de comunicação.



Há planos de investir em alguma marca brasileira ou esse não é o foco do negócio?

Não há planos justamente por não ser o foco do nosso negócio.

Gostaria que você me dissesse as três coisas que mais o encantam no Brasil (pode ser qualquer coisa, comida, bebida, roupa, lugar ou comportamento)?

O que mais me encanta no país é a simpatia das pessoas. Tem uma onda positiva que é natural e que me faz bem.  Adoro moqueca e picadinho e o sorbet de Açai da gelateria Dri Dri, na qual eu sou sócio de Nicolas de Virieu. Costumo frequentar botequins, estádios de futebol, feiras de antiguidades e baladas para distrair a cabeça. Mas o melhor são as festas em casas particulares.

Como uma pessoa que viaja muito, gostaria que me contasse onde vivem, na sua opinião, as pessoas mais criativas do mundo.

Há pessoas criativas no mundo inteiro e não acho que tem um lugar aonde tem mais. Porém tem países aonde a liberdade criativa é mais estimulada que outros.

Bolsa Frida Princess Black, da Les Petits Joueurs, marca representada pela Acaju do Brasil











Capa para iPad, da Pantone

Óculos da marca neozelandesa Karen Walker, por R$ 958 
Óculos Le Specs, um dos preferidos de Kate Moss, Rihanna e Lady Gaga




domingo, 12 de outubro de 2014

Black Musa. Black Muso.

Erykah Badu

Jimmi Hendrix

Exposição celebra as joias do italiano Verdura, descoberto por Chanel em 1925

Broche de rubis, platina, diamantes e ouro, criado por Verdura para um presente de Dia dos Namorados, em 1949, para um cliente americano

Fulco di Verdura nasceu em 1898 na cidade de Palermo, filho de uma família aristocrata da Sicília. Ainda criança, encantou-se com um livro que mostrava a arte de Rafael, renascentista italiano. Um autêntico representante da burguesia européia, viveu assim até ter sua vida transformada em Veneza, numa festa, em 1925, quando foi apresentado à uma estilista em ascensão: Coco Chanel.

Foi graças ao casal Cole e Linda Porter que Verdura se tornaria referência na joalheria fina ao encontrar a francesa - Chanel foi a primeira pessoa a levar o trabalho do italiano a sério. Ela estimulou a verve criativa dele com encomendas exclusivas e ela mesma, se transformou em uma garota-propapaganda das peças de Verdura. O par de braceletes com cruzes de Malta é um clássico.

Depois de conquistar as mulheres chiques da Europa, Verdura, que era Conde, mudou-se com o amigo Nicholas (Nicki) de Gunzberg para  a América, em 1934. Não demorou muito para conquistar as grandes estrelas de Hollywood, como Marlene Dietrich, Gary Cooper, Joan Crawford e Greta Garbo, que usavam suas peças em cena e fora dela. Verdura também criou uma coleção com Salvador Dali e fez abotoaduras exclusivas para Cole Porter, inspiradas na canção Night and Day. 

Depois de abrir uma loja exclusiva na Quinta Avenida, em 1939, em Nova York, e prosperar como homem de negócios e artista, Verdura se aposentou em 1973 e vendeu seu negócio.

Em 1985, a maison Verdura foi comprada pelo empresário Ward Landrigan e hoje o negócio é dirigido por Nico, seu filho. Para comemorar os 75 anos da presença de Verdura em Nova York, será inaugurada na terça-feira, 14 de outubro, e até 23 de dezembro, a exposição The Power of Style: Verdura at 75, com a apresentação de 150 peças criadas pelo mestre, e mais uma seleção de croquis minuciosos, fotografias e estudos, editados dentre 10 mil objetos, que detalham a arte do joalheiro. A mostra tem curadoria de Carolina e Reinaldo Herrera, amigos do duque, e a filha Patricia Lansing. 

"Sonho há trinta anos compartilhar com o público a genialidade de Verdura. Colecionadores do mundo inteiro se propuseram a emprestar suas joias por três meses para que o maior número de pessoas tivesse acesso a esse patrimônio", diz Landrigan. "Fulco di Verdura sabia criar peças elegantes, sempre uma enorme fonte de inspiração", diz Carolina Herrera, curadora da mostra, que conviveu com o italiano. 

Para conhecer as peças e o universo que Verdura perpetuou com sua arte, o site www.verdura.com apresenta e comercializa as peças. Lady Diana era grande fã e Sofia Coppola eventualmente desfila pelo tapete vermelho com um bracelete Verdura. Um clássico nunca vai morrer. 

Fulco di Verdura mostra para Coco Chanel o bracelete que criou para ela. A estilista francesa o conheceu em uma festa em Veneza, na casa de Cole e Linda Porter, e incentivou a genialidade do italiano
 Coco Chanel usa par de braceletes que Verdura criou para ela com cruzes de Malta
Greta Garbo, fã de Verdura, usava as peças do joalheiro em cena e fora dela

Marlene Dietrich com uma pulseira Verdura

Carolina Herrera, estilista nascida na Venezuela, foi amiga de Verdura, e junto com o marido Reinaldo e a filha Patricia, são os curadores da mostra que será aberta no dia 14 de outubro na Quinta Avenida, em Nova York. Na foto, com pulseira Verdura

Bracelete Verdura

De jade e ouro, um bracelete Verdura custa US$ 28.500,00 (R$ 68.673,60)

O bracelete Tiara Feather é feito em ouro, diamante e  platina e era um dos preferidos das estrelas de Hollywood. Ainda à venda por US$ 81.500,00 (R$ 196.382,40)

Cruz de Malta no bracelete de jade negro


A logomarca original

O par de braceletes com a cruz de Malta criado para Coco Chanel




domingo, 5 de outubro de 2014

Fundação Louis Vuitton: a manutenção da marca poderosa

Cinco motivos para entender porque a construção da Fundação Louis Vuitton mantém a marca como sendo uma das mais poderosas do mundo.

1. Para eternizar Louis Vuitton não apenas como fabricante de roupas, bolsas e sapatos, Bernard Arnault, diretor do grupo LVMH, decidiu encomendar a construção de uma Fundação, com o objetivo de apoiar a arte. Moda, na França, é arte. E business, também. 

2. O arquiteto convidado para projetar a Fundação é Frank Gehry, americano, premiado com Pritzker Prize (o Oscar da arquitetura), que também será homenageado com uma exposição no local quando for inaugurado. É dele o Museu Guggenheim, de Bilbao. Famoso por seus edifícios contorcidos, Gehry declarou que nunca fez algo parecido. 

3. Concertos de Kraftwerk de 6 a 14 de novembro, ainda esse ano. Muito moderno.

4. A construção é 100% sustentável, com reúso de água para limpeza das fachadas e manutenção do edifício. A Fundação foi erguida no Bois de Boulogne, em Paris, e será inaugurada no dia 27 de outubro.

5. O site da Fundação está em contagem regressiva para a inauguração e traz todas as informações sobre a construção do prédio, com entrevistas com o arquiteto e detalhes do empreendimento http://www.fondationlouisvuitton.fr/


A Fundação Louis Vuitton, que terá salas de exposição e auditório para show, será inaugurada no dia 27 de outubro. O projeto é do arquiteto Frank Gehry, que ergueu o edifício no Bois de Boulogne, em Paris

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Thomas Cohn reinventa sua paixão pelas descobertas

Colar de corpo de Miriam Korolkovas, que estará na exposição Colares Contemporâneos, na reabertura da galeria Thomas Cohn
Quando fechou sua galeria em São Paulo, há dois anos, Thomas Cohn deixou um vácuo no mercado das artes plásticas. O marchand trilhou carreira de sucesso e cavou um nome de intensa credibilidade. 

O uruguaio radicado no Brasil está de volta. E traz com ele uma boa notícia para quem aprecia arte. E joias! Depois de pesquisar galerias e museus da Europa, Estados  Unidos e Austrália, ele traz um conceito diferente para o circuito das artes visuais no Brasil.


A partir do dia 18 de setembro, a galeria Thomas Cohn inaugura novo espaço e novo conceito. Com obras únicas ou pequenas edições assinadas, as exposições de joias serão complementadas com programas educativos como palestras e workshops.

A mostra inaugural Colares Contemporâneos apresenta colares de cerca de 30 artistas da Alemanha, Holanda, Suécia, Noruega, Estônia, Taiwan e Coréia do Sul. 

A joalheria contemporânea surgiu como especialidade a partir dos anos 1970, mas antes disso grandes artistas como Picasso, Man Ray, Salvador Dalí e Magritte criaram peças para serem usadas no corpo. 

É um nicho do mercado de arte inovador, com a institucionalização do setor por coleções de importantes museus (como o MoMA de Nova York e o Stedelijk, de Amsterdã), com o surgimento de feiras de arte especializadas (como as anuais Schmuck, em Munique; Sieraad, em Amsterdã; e Collect, em Londres), e com revistas com foco no assunto, como  Art Aurea (Alemanha) e a Current Obsession (Holanda).

Cohn repete em 2014, o que o consagrou em mais de 30 anos de atividades no mercado: um grande descobridor de talentos com seu faro apuradíssimo e bom gosto espetacular.


Exposição Colares Contemporâneos
Abertura: 18 de setembro de 2014, às 19h
Período expositivo: de 19 de setembro de 2014 a 11 de outubro de 2014

Galeria Thomas Cohn
Jardim Paulistano: R. Joaquim Antunes, 187, tel. (11) 2528-0409. Seg. a sex., 10hs/19hs ; sáb11hs/16hs. http://www.galeriathomascohn.com.br



Pulseiras de Myung Urso

Colar de Myung Urso

Colar Movements de Beppe Kesllers


Colar Pinha de Helena Johansson Lindell

Colar da série Inter-Act de Katja Prins

     Colar Red Headed Bird, de Liv Blavarp (feito com madeira de jacarandá)