domingo, 24 de janeiro de 2016

Mondrian: ousadia e abstração


Pieter Cornelis Mondriaan (Piet Mondrian), holandês que criou o neoplasticismo com telas geométricas e despojadas, abstraiu o próprio nome: tirou o "a" do sobrenome e abreviou o prenome


Muito mais importante do que saber que Piet Mondrian (1872-1944) é considerado um gênio em sua técnica de pintura, é entender que seu percurso rumo à perfeição abstrata atravessou décadas de depuração, experimentação e ousadia.  

É com esse viés altamente didático que Pieter Tjabbes, curador da mostra Mondrian e o movimento De Stijl baseou a museologia da mostra que traz telas de Mondrian e também o situa como integrante do movimento De Stijl (O Estilo), que começou como revista em 1917 e invadiu o mobiliário, a arquitetura, o lifestyle do início do século passado e a moda.

"Mondrian é pop e talvez apenas Andy Warhol possa ser comparado a ele, por ter influenciado tantas disciplinas", diz o holandês Tjabbes, que se empenhou durante cinco anos para fazer a mostra de Mondrian uma realidade no Brasil. "Depois do sucesso de Escher, pudemos comprovar que o Brasil é seguro e há um público interessadíssimo na arte que vem da Holanda", completa.

A mostra gratuita, dividida em quatro andares, acompanha o caminho de Mondrian pela abstração. Intuitivo, começou pintando paisagens, para depois experimentar as formas geométricas e se consagrar com telas despojadas de formas e cores primárias, como o azul, o amarelo e o vermelho. 

"Um utopista em busca da perfeição", diz o curador durante a visita guiada aos jornalistas antes da abertura. Para contextualizar a mostra, há quase um andar inteiro com móveis de época e a fantástica cadeira Vermelho e Azul, de Gerrit Rietveld, que é a ideia de Mondrian aplicada a uma peça de mobiliário.

O vão central do CCBB está equipado com uma grande estrutura de ferro que evoca o trabalho de Mondrian e haverá uma reprodução gigante da cadeira Vermelho e Azul para que as pessoas possam
sentar e fazer selfies. Mondrian é muito pop.


A abertura nacional será no CCBB de São Paulo, dia 25 de janeiro. Em 21 de abril, coincidindo com o aniversário da cidade, a exposição inicia sua temporada em Brasília. No CCBB de Belo Horizonte abre em 20 de julho. E, finalmente, a partir de 12 de outubro, no Rio de Janeiro.


CCBB SÃO PAULO
Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo Rua Álvares Penteado, 112 – Centro. São Paulo. (11) 3113-3651/3652 | Quarta a segunda, das 9h às 21 horas
ccbbsp@bb.com.br | www.bb.com.br/cultura | www.twitter.com/ccbb_sp | www.facebook.com/ccbbsp

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | ar-condicionado | cafeteria Cafezal

Estacionamento conveniado: Estapar Rua Santo Amaro, 272. Informações pelo telefone (11) 3113-3651 Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas.
É necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB.
Traslado gratuito até as proximidades do CCBB. Embarque e desembarque na Rua Santo Amaro, 272, e na Rua da Quitanda, próximo ao CCBB. No trajeto de volta, a van também para no Metrô República.


Torre de igreja em Zeeland, de 1911, da coleção do museu Gemeentemuseum, da cidade holandesa Haia (Den Haag)

Composição com oval com cores planas 2, de 1914 - Piet Mondrian começa a desconstruir suas imagens
Nessa tela de 1919, Mondrian já esboça a geometria que marcaria sua obra até o final de sua carreira




Composição de linhas e cores 3, obra-prima de Mondrian de 1937, a essência do que ele buscava na arte: abstração geométrica completa. Na parte direita da tela, linhas mais juntas indicam uma vibração. "Mondrian era obcecado por jazz, essa tela parece até vibrar", diz o curador Tjabbes



O curador da mostra Pieter Tjabbes mostra uma reprodução de um dos últimos quadros de Mondrian, em que o artista experimentava uma nova técnica com fitas

Mobiliário do movimento De Stijl



O vão central do CCBB de São Paulo traz uma escultura de ferro que reproduz o trabalho de Mondrian. Uma cadeira Vermelho Azul gigante foi colocada ali para que o visitante faça sua selfie e se divirta com a obra lúdica do holandês e seus contemporâneos



Cadeira Vermelhe e Azul, de Gerrit Rietveld, criada em 1923: a utopia de Mondrian vira mobiliário

Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul, de 1921. Fotos: Divulgação


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